Você sabe qual é a diferença entre surdo e deficiente auditivo?

Aparelhos Auditivos

Um dos grandes problemas enfrentados pelos deficientes no cotidiano é a dificuldade que as outras pessoas têm em lidar com a situação. Isso acontece principalmente porque a população não é ensinada a conviver com as deficiências em seu dia a dia, o que contribui para o desconforto e até a exclusão desse grupo.

Mesmo os pontos mais simples são confusos, como os conceitos e a forma ideal de chamar quem tem deficiência. No caso da perda auditiva, a maior dúvida é sobre a diferença entre surdo e deficiente auditivo.

Afinal, existe distinção? Qual? Se você quer saber, continue a leitura!

Há diferença entre surdo e deficiente auditivo?

Primeiramente, se você não conhece a diferença entre esses dois termos ou não sabe nem se há distinção, não se preocupe. Trata-se de uma dúvida comum entre aqueles que não têm perda auditiva ou não convivem com alguém que tenha.

As duas palavras estão corretas e podem ser utilizadas. Porém, os termos surdo e deficiente auditivo não devem ser tratados como sinônimos.

Entender essa diferença é o primeiro passo para ver que os indivíduos com perda auditiva têm outras necessidades, de acordo com o grau e o tipo de problema que os acomete.

A partir daí, é possível perceber que a abordagem deve ser sempre individualizada: não é certo tratar todas as pessoas que não ouvem em algum grau da mesma forma.

Quais são os pontos de distinção?

As diferenças entre os conceitos de deficiente auditivo e surdo podem ser consideradas a partir de perspectivas clínicas, sociais e culturais.

Do ponto de vista clínico, o deficiente auditivo e o surdo se distinguem de acordo com o grau da perda de audição. Isso reflete a capacidade de escutar que a pessoa ainda apresenta e a forma como o problema se desenvolveu.

Assim, deficiente auditivo é aquele que tem algum grau de perda auditiva mesmo que, em algum momento, tal perda se torne total.

Na maioria dos casos, a pessoa já aprendeu a se comunicar por meio da linguagem oral e escutou os sons em algum momento.

O surdo, por sua vez, tem total ausência de audição. Ele não escuta nada, sendo que o problema pode ter origem congênita ou não.

Isso significa que, em grande parte dos casos, o indivíduo tem o problema desde o nascimento. Como consequência, ele aprendeu a se comunicar de acordo com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou outras formas de comunicação não verbais.

Alguns autores, porém, definem os surdos como aqueles que se identificam com a cultura surda, se comunicam pela língua de sinais e valorizam e desenvolvem atividades, arte, lazer ou educação voltados para a comunidade surda. Já os deficientes auditivos seriam os que apresentam perda auditiva, mas não se identificam com a cultura surda.

Podemos perceber que o conceito vai muito além de aspectos puramente orgânicos ou culturais. Além disso, sempre vale a pena buscar saber a forma como a própria pessoa com deficiência auditiva se reconhece.

Quais os tipos de perda auditiva e de surdez?

Em relação aos aspectos clínicos da perda auditiva e da surdez, é possível fazer a divisão em tipos de cada uma e, assim, entender seus respectivos desenvolvimentos. Acompanhe!

Tipos de surdez

A surdez, aqui considerada como perda total da audição, pode ter origem congênita ou ser adquirida após o nascimento.

A surdez congênita é aquela que está presente no nascimento — o que significa que o bebê a adquiriu ainda no útero. A doença pode ser causada por desordens genéticas ou infecções maternas.

O problema que surge devido uma desordem genética pode ser isolado ou estar presente em uma síndrome, quando a criança apresenta outros problemas congênitos associados. Algumas infecções maternas adquiridas antes ou durante a gestação podem ser transmitidas para o feto pela placenta, levando a diversas sequelas (entre elas, a surdez).

As doenças que podem levar à surdez no bebê são:

  • toxoplasmose;
  • rubéola;
  • herpes;
  • sífilis.

detecção da surdez congênita ocorre por meio do “teste da orelhinha”. Esse exame é realizado antes de os recém-nascidos receberem alta da maternidade.

Já a surdez adquirida é desenvolvida após o nascimento. Ela pode se manifestar de maneira abrupta (como no caso de um traumatismo) ou gradual, com a evolução de uma perda auditiva. Os fatores que levaram a tal perda podem se agravar até que a pessoa não escute mais nada.

Modalidades de deficiência auditiva

Os tipos de deficiência auditiva dizem respeito à forma de dano ou lesão aos órgãos envolvidos no processo de audição. São eles:

Perda auditiva condutiva

É o tipo de problema que acontece devido a alguma falha na transferência das vibrações sonoras, que vão do ouvido externo até o ouvido interno. O fato não é que as células ciliadas (que decodificam e transmitem a mensagem sonora para o cérebro) estejam danificadas, mas sim que o estímulo não chega até elas.

Algumas causas da perda auditiva condutiva são:

  • infecções no ouvido;
  • acúmulo de cera;
  • otosclerose;
  • tímpano perfurado.

Perda auditiva neurossensorial

A perda auditiva neurossensorial ocorre devido a algum dano no ouvido interno — mais especificamente, nas células ciliadas. Esse problema é causado pelo próprio processo natural de envelhecimento e por fatores externos, como:

  • o uso de medicamentos ototóxicos;
  • a exposição a ruídos altos;
  • doenças que comprometem a circulação sanguínea, entre outros.

Perda auditiva mista

Trata-se de uma combinação entre a perda condutiva e a neurossensorial. Isso significa que tanto as estruturas do ouvido médio quanto as do ouvido interno estão afetadas na perda auditiva mista.

Perda auditiva neural

Ela atinge o nervo auditivo ou o próprio córtex auditivo (área do cérebro que recebe e interpreta os sinais sonoros), de forma que o sistema nervoso central é afetado. Os sons são escutados, porém não chegam até o cérebro ou não podem ser interpretados por ele.

Entender mais profundamente a diferença entre surdo e deficiente auditivo pode parecer apenas um detalhe, mas é capaz de influenciar a forma como essa pessoa se enxerga e como será tratada. Além disso, não podemos negar que as palavras têm muito poder.

Gostou de nosso artigo e quer saber mais sobre o assunto? Que tal descobrir, agora, quais são os tipos de surdez? Boa leitura e até a próxima!

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