Surdez em idosos: saiba da relação entre demência e surdez

Aparelhos Auditivos

Surdez e demência são duas condições clínicas que se relacionam fortemente e as conexões neurais são a base para entender essa associação. Pesquisas sobre esse assunto têm se intensificado cada vez mais para descobrir novos tratamentos para os indivíduos.

Além disso, em idosos, esse binômio é ainda mais avassalador, pois traz complicações clínicas que dificultam a interação social, a capacidade de adquirir novos conhecimentos e o aprendizado em geral.

A qualidade de vida fica prejudicada: os idosos perdem o interesse por atividades cotidianas ou não conseguem interagir com os membros da família, comprometendo, assim, o convívio social.

O assunto é sério e tem movimentado diversas discussões clínicas entre especialistas a fim de proporcionar melhor audição para os idosos e diminuir as chances de desenvolver demências severas como o Alzheimer.

Sabendo da relação entre surdez e demência, se você acredita que algum idoso da sua família ou do seu convívio esteja perdendo progressivamente a audição, leia este post e saiba o que fazer para evitar ou minimizar os problemas cerebrais.

A perda auditiva na velhice

A perda da capacidade de ouvir informações sonoras que ocorre com o envelhecimento, também chamada de presbiacusia, é uma condição que afeta idosos a partir da sexta década de vida e possui diversas causas.

A dificuldade para compreender sons e palavras pronunciadas próximas aos indivíduos da terceira idade causa impaciência no locutor e indignação de alguns idosos que não captam completamente a informação sonora.

Além disso, a interpretação dos sons visa questões de segurança ao alertá-los sobre perigos inesperados na residência, sirenes de polícia e ambulância ou mesmo barulhos suspeitos provenientes dos ambientes externos.

Porém, esses sintomas muitas vezes são negligenciados pela família e por alguns profissionais clínicos, que acreditam que esse problema não tem solução. O resultado é a exclusão do convívio social e a prostração do idoso, que não consegue compreender o mundo externo.

Ademais, novas descobertas da medicina estão demonstrando que a capacidade auditiva em idosos vai além das questões de sobrevivência, sendo observados prejuízos neuronais em indivíduos com surdez.

 Os principais sintomas da demência

A demência é uma enfermidade clínica de início insidioso e duração longa. Caracteriza-se por disfunções cognitivas que se intensificam progressivamente gerando problemas nas respostas a estímulos do ambiente.

Essa doença é mais comum em todos os faixas etárias e possui diversas causas, porém com maior incidência a partir da sétima década de vida. Ela se manifesta inicialmente por perda da memória recente que evolui lentamente para o desaparecimento da memória duradoura.

Como o passar do tempo, os idosos perdem a capacidade motora e dos esfíncteres sendo necessária a contenção de fezes e urina por meio de fraldas geriátricas ou absorventes utilizados para essa finalidade.

É importante diferenciar a demência da depressão, pois ambas são endêmicas na terceira idade. A depressão possui um início abrupto e vem sempre acompanhado de humor deprimido.

As duas doenças proporcionam perda cognitiva, no entanto, no caso da depressão essa pode ser flutuante e na demência é um processo estável. Além disso, o idoso deprimido é indiferente enquanto a pessoa com demência responde de forma desconexa.

A relação entre surdez e demência

A correlação entre surdez e demência em idosos foi inicialmente analisada por meio das observações relatadas pelos acompanhantes desses pacientes. Essa percepção despertou o interesse dos cientistas em investigar os fundamentos desse problema.

Para iniciar essa pesquisa, os estudiosos recrutaram pacientes com idade acima de 65 anos e fizeram um teste para avaliar o nível de surdez de cada um. Essa enfermidade decorre do envelhecimento das células, incluindo também falta de fluxo sanguíneo e desequilíbrio hormonal, fatores relacionados ao avanço da idade.

Em seguida, os pesquisadores aplicaram um teste mental e depois avaliaram imagens cerebrais desses idosos por meio de tomografias. Os resultados mostraram que existe uma perda cognitiva significativa e uma atrofia cerebral importante.

Isso significa que os idosos não foram capazes de atingir um mínimo necessário nas questões relacionadas à memória visual, de fatos recentes, conhecimentos gerais, leitura e escrita adequada, dentre outras performances.

Os neurologistas atribuem esse desfecho à falta de estímulo auditivo, que provocaria diminuição dos neurônios e consequentemente redução da massa encefálica, impactando assim no processamento de informações cognitivas.

Para efeitos didáticos pode-se considerar o cérebro como um grande gramado que precisa ser regado e nutrido constantemente para evitar desidratação das folhas e isolamento de áreas improdutivas. A nutrição do cérebro é feita por meio de conexões neurais que relacionam diversos conhecimentos e, quando bem usadas, garante boas plantações.

O que fazer para minimizar o problema

Sabendo que a falta de estímulos sonoros é uma das causas do declínio mental verificado nesses idosos, os especialistas têm recomendado fortemente o uso de aparelhos auditivos para minimizar ou evitar precocemente esse problema.

Isso porque o retorno da capacidade auditiva a níveis normais estimulará as células neurais no fenômeno conhecido como neuroplasticidade, formando novas conexões cerebrais.

O diagnóstico da surdez é feito de forma rápida e segura. Durante a consulta o médico indicará o aparelho auditivo mais adequado ou o implante coclear, conforme os sintomas relatados e os resultados emitidos pelos equipamentos disponíveis na clínica.

Em seguida, caberá ao especialista explicar as tecnologias auditivas, os principais cuidados, a manutenção dos equipamentos e os critérios para avaliar a efetividade dessas terapias. Caso seja necessário, ocorrerá o encaminhamento para outros profissionais, tais como fonoaudiólogos, neurologistas, terapeutas ocupacionais etc.

Sendo assim, os especialistas em reabilitação auditiva aconselham o uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares, além de exercícios mentais como jogos de xadrez, baralho e quebra-cabeça dentre outros.

Surdez e demência são duas condições clínicas que ocorrem com grande frequência na velhice. Quando diagnosticadas em separado trazem consigo complicações relacionadas à perda do convívio social, dificuldade para interpretar informações importantes e perda progressiva da capacidade cognitiva.

Todavia, quando apresentadas simultaneamente pioram o estado clínico dos idosos. Para esses casos, o uso de aparelhos auditivos é uma estratégia terapêutica fortemente recomendada para evitar danos neurais progressivos.

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