O passar dos anos pode ser impiedoso com as pessoas: os reflexos ficam mais lentos e enfraquecidos, a visão e a audição não são mais tão aguçadas e os movimentos que antes pareciam simples se tornam cada vez mais difíceis de serem realizados.
Junto com todo esse processo natural surgem também outras consequências inerentes à idade e ao passar do tempo. O risco de acidentes domésticos aumenta e as quedas podem ter efeitos ainda mais devastadores em pessoas idosas: um simples tapete, uma escada sem corrimão ou um piso úmido, por exemplo, podem causar escorregões e tropeços, levando a ferimentos e fraturas mais graves e até traumatismos.
Dados do Ministério da Saúde comprovam isso: as consequências de uma queda para um idoso com mais de 75 anos podem ser responsáveis por 56,6% das mortes acidentais em pessoas dessa faixa etária. O levantamento levou em conta, ainda, porcentagens envolvendo homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e outras lesões indeterminadas.
Embora os números assustem, é possível evitar esse tipo de risco com pequenas adaptações no ambiente onde vivem pessoas de mais idade, promovendo, assim, a segurança do idoso. Isso porque a maioria dos acidentes acontece dentro da própria casa dele, apesar de todo o cuidado e precaução que se possa ter em relação aos detalhes
Por isso, apresentamos a seguir 5 dicas para ajudar você a identificar onde estão os principais riscos de acidentes domésticos para idosos e mostrar como medidas simples a serem adotadas em casa podem colaborar para evitar problemas.
1. Má iluminação
A má iluminação dentro de casa é um perigo em qualquer idade, principalmente se as paredes tiverem tons mais escuros. Para o idoso, que costuma ter mais dificuldades visuais, a escuridão pode ser bem problemática.
Como prevenir: espalhe abajures pela casa e deixe-os estrategicamente posicionados em locais de fácil acesso e circulação, como próximos a portas, por exemplo. Outra boa ideia é instalar sensores de iluminação pela casa, que fazem com que as luzes se acendam automaticamente ao detectar a movimentação e a presença de pessoas. Assim, o idoso não precisará caminhar até o interruptor para ligar a luz.
2. Tapetes soltos, fios espalhados e pisos com desníveis
Às vezes, a nossa casa está cercada de armadilhas e obstáculos tão pequenos que nem chegamos a nos dar conta. É o caso de tapetes pequenos usados em cozinhas, quartos e banheiros, por exemplo, que podem levar a escorregões e quedas. Fios de aparelhos eletrônicos espalhados por locais de passagem, carpetes dobrados, objetos ou brinquedos de crianças espalhados pelo chão também costumam ter efeitos ruins, se alguém distraído passar por ali e tropeçar. Além disso, deixar para depois o conserto de pisos com desníveis ou tacos soltos pode acabar sendo tarde demais. Em casa onde vivem idosos, os riscos nunca devem ser subestimados!
Como prevenir: o caminho deve estar sempre livre. É interessante que os tapetes sejam fixos ao chão ou, então, de modelos emborrachados e antiderrapantes — especialmente para cômodos como os banheiros, que possuem pisos mais escorregadios. Além disso, é interessante sempre dar uma bela conferida pela casa, para averiguar se não há outras armadilhas surgindo pelos cantos.
3. Móveis com quinas e sem fixação
Armários, estantes, mesinhas e outros móveis dispostos pela casa sem firmeza e sem estarem afixados com segurança podem parecer inofensivos, até alguém precisar se apoiar e ele acabar se deslocando. Além disso, móveis com quinas e cantos pontiagudos, especialmente em locais de passagem da casa, costumam sempre ter atração por desastrados, causando esbarrões, arranhões, hematomas e outros machucados que podem se complicar para uma pessoa de mais idade.
Como prevenir: opte por móveis firmes ou fixe-os todos no chão ou na parede, de sofá a estantes e armários de cozinha. Também dê preferência a móveis com pontas arredondadas.
4. Camas, cadeiras e vasos sanitários baixos demais
Muitos idosos costumam enfrentar dificuldades com movimentos antes considerados simples, como o ato de sentar e levantar. Por isso, é importante que os móveis da casa estejam adaptados para oferecer o menor esforço possível para quem tem mais idade.
Como prevenir: procure trocar o colchão para ajustar a altura da cama e, na sala, opte por um sofá que tenha altura suficiente para que o idoso consiga sentar-se de forma adequada e confortável. Eleve as cadeiras com almofadas firmes e aumente o vaso sanitário em alguns centímetros — hoje já há tampas removíveis no mercado que ajudam nessa adaptação, evitando a necessidade de quebra-quebra e de um trabalho de alvenaria.
5. Escadas sem corrimão, sem iluminação e com degraus desalinhados
Se o idoso vive em uma casa de dois pisos, ligue o sinal de alerta desde já! A escada já costuma ser uma grande inimiga de pessoas de qualquer idade, imagine, então, para quem tem mais idade. Esteja atento a todos os perigos que ela representa e não deixe nenhum detalhe escapar.
Como prevenir: instale corrimão nos dois lados da escada e utilize fitas antiderrapantes nos degraus. Além disso, invista na iluminação e tenha interruptores de luz tanto na parte superior como também na inferior para facilitar o liga e desliga. Também é importante observar a altura dos degraus: é importante que eles sejam do mesmo tamanho; então, mantenha-os alinhados se existir alguma divergência entre um e outro.
Além de preparar o ambiente para oferecer ao idoso um convívio mais favorecido e harmonioso dentro de casa, é importante que você também leve em consideração outras questões que podem interferir para aumentar ainda mais os riscos de acidentes e incidentes.
Realizar exames regulares de visão e audição, por exemplo, também podem colaborar para a segurança, proteção e equilíbrio do idoso no dia a dia, fazendo-o ficar mais atento a ruídos e detalhes que, se não tratados, poderiam passar despercebidos.
Afinal, ninguém consegue evitar os efeitos do passar do tempo, mas é possível contornar as consequências negativas que o envelhecimento pode causar para uma pessoa.
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