Implante coclear: 7 coisas que você precisa saber

Aparelhos Auditivos

O avanço das tecnologias destinadas à manutenção e recuperação da saúde auditiva têm permitido um aumento significativo da qualidade de vida das pessoas com deficiência na audição. Atualmente, existem diversos tipos de aparelhos auditivos, cada um destinado a um tipo e grau de perda auditiva.

Um dos maiores progressos da área foi o surgimento do implante coclear, também conhecido como ouvido biônico, aparelho destinado a pessoas com perda de audição profunda ou severa.

Acompanhe o texto de hoje para saber fatores importantes sobre o implante coclear e entender mais sobre essa tecnologia!

1. O que é o implante coclear?

O implante coclear é um dispositivo eletrônico que é inserido dentro da cóclea (parte auditiva do ouvido interno), e seu principal objetivo é o de substituir as funções das células do ouvido interno. O equipamento é implantado cirurgicamente, e tem a capacidade de estimular a função do nervo auditivo, que se encontra prejudicada, e recriar as sensações sonoras.

O implante é formado por uma unidade externa e uma unidade interna:

  • unidade externa: processador de fala, antena transmissora e microfone. É a parte do implante que fica exposta, pode ser do tipo retroauricular ou caixa;
  • unidade interna: parte implantada dentro do ouvido em cirurgia, possui um receptor e um feixe de eletrodos posicionados dentro da cóclea.

2. Como ele funciona?

O microfone presente na unidade externa do implante coclear capta os sons do ambiente e os transmite para o processador de fala. O processador de fala analisa os sinais sonoros recebidos e os codifica em impulsos elétricos, que serão enviados para a antena, ainda na unidade externa.

O sinal é transmitido da antena para o receptor, na unidade interna, através da pele por meio de radiofrequência. O chip presente no receptor transforma os códigos recebidos em sinais eletrônicos, que são enviados para os eletrodos posicionados na cóclea.

Os eletrodos estimulam diretamente as fibras do nervo auditivo, que enviam a mensagem para o cérebro. O cérebro percebe os estímulos como sons.

3. Como é a cirurgia?

O procedimento cirúrgico destinado à colocação do implante coclear dura cerca de 2 horas, e é feito sob anestesia geral. Geralmente, o paciente é internado um dia antes do procedimento, e tem alta um dia após a cirurgia. É preciso raspar o cabelo na área ao lado do ouvido no qual o implante será colocado.

É realizado um corte de aproximadamente 4 cm na área atrás da orelha para que o cirurgião possa acessar o local onde a unidade interna será colocada.

Após a colocação do implante, indica-se que o paciente fique 3 dias sem lavar a cabeça. O implante é ativado entre 30 a 40 dias depois da cirurgia.

4. Quais as indicações de uso?

O uso do implante coclear é indicado, principalmente, para os pacientes que possuem deficiência auditiva neurossensorial de grau severo a profundo, nos casos nos quais o paciente não obteve bons resultados com o uso de aparelhos auditivos convencionais.

As indicações dividem-se em dois grupos principais:

  • pacientes pós-linguais: são aqueles que nasceram com a audição normal e desenvolveram a perda ou surdez após. Não há limite de tempo para a colocação do implante coclear nesses casos, porém quanto maior for o tempo de surdez, piores serão os resultados com o uso do implante coclear;
  • pacientes pré-linguais: são os que possuem problema auditivo desde o nascimento e que realizaram a reabilitação fonoaudiológica há pelo menos 6 meses ou desde o diagnóstico, e que não obtiveram bons resultados com os aparelhos convencionais. Nesse caso, a idade ideal para a colocação do implante é entre 1 a 5 anos, e quanto mais precoce for colocado, melhores serão os resultados.

5. Quais as suas vantagens?

A principal vantagem do implante coclear é o potencial de melhorar a audição das pessoas com perdas auditivas severas e profundas, o que, muitas vezes, não é possível com o uso de aparelhos auditivos convencionais. As outras vantagens dos implantes cocleares são:

  • melhoria significativa dos níveis de audição;
  • contribuição para o desenvolvimento da fala e da linguagem compatíveis com a idade (para as crianças que fazem o implante na idade adequada);
  • melhoria da autoestima e confiança dos pacientes;
  • melhoria na comunicação com amigos, familiares, colegas de trabalho e sociedade em geral;
  • auxilia o uso de dispositivos como celulares e televisão.

6. E as desvantagens?

A cirurgia realizada para a colocação do implante coclear possui alguns riscos, assim como qualquer outro procedimento cirúrgico. A área que é acessada para chegar na parte interna da cóclea é próxima ao nervo facial, por isso a cirurgia é delicada.

Erros durante o procedimento pode levar a complicações como perda do paladar, surgimento de espasmos ou tiques, dormência parcial do rosto, entre outros. Entretanto, as equipes que atuam na área são especializadas e os erros são raros.

Algumas pessoas que recebem o implante em idade mais avançada podem ter dificuldades na conversão do sinal eletrônico para linguagem acessível. Esse problema não ocorre com as crianças que têm o implante coclear colocado.

7. Qual a diferença com os outros aparelhos auditivos?

Os aparelhos auditivos convencionais captam os sons do ambiente e os amplificam, para que a pessoa com perda auditiva consiga escutá-los. Por isso, eles só funcionam para aqueles pacientes que ainda conseguem escutar algo, de forma que conseguem entender os sons que são amplificados.

Assim, se a pessoa não escuta nada ou praticamente nada, não adianta amplificar os sons do ambiente. Nesses casos, é necessário recorrer ao implante coclear.

O implante coclear não aumenta os sons. A sua função é a de estimular eletricamente as células da cóclea, imitando as funções do ouvido (captar o som e transformá-lo em impulso elétrico para que a mensagem seja enviada e compreendida pelo cérebro, por meio do nervo auditivo).

O implante coclear já existe há anos, mas continua sendo uma das maiores inovações da área de saúde, e permite que a audição seja o único sentido do organismo passível de reparação biônica.

Gostou do texto de hoje? Quer saber mais sobre formas de tratar a perda de audição? Então leia nosso texto sobre o tema!

Deixe um Comentário